segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Outro" 25 de Abril !? ou "A apologia do "Não fazer nada"


Acumulam-se os apelos, uns de uma nova "revolução", outros de manter a "luta", continuar em "armas", seguir os caminhos e as escolhas, que cada grupo ideológico considera o remédio para todos os males .
Mas e "nós", os cidadãos, os que trabalham, os que lutam, os que estudam, os que votam? O que achamos nós? Não achamos nada? Não dizemos nada?
Vamos para a rua dizer mal do clube de futebol adversário, ou mesmo do nosso! Gostamos de comentar a moda e as festas retratadas nas revistas "cor-de-rosa"! Vibramos com as peripécias das novelas televisivas! Tudo temas dos quais não sabemos nada, não entendemos nada, nem estamos bem informados para opinar!
E sobre as questões políticas, sociais e económicas do país?
Dizemos mal, somos pessimistas, passivos, achamos que não tem nada a ver connosco, chamamos mentirosos aos políticos e a outros actores sociais e económicos, e continuamos sentados, sem nada fazer!
Mesmo no que deveríamos ser activos: votando, dizendo o que pensamos, comentando, escolhendo!
A culpa é sempre do "árbitro", nunca é nossa! Nunca somos nós a fazer escolhas, nunca somos nós que não reagimos, não vamos votar porque nada vai mudar!
Afinal, sabemos de futebol, moda, sociedade, novelas, vida dos outros e programas de televisão; nada sabemos de escolhas que nos afectam, nada sabemos sobre o modo como o país deve ser governado, não queremos ser culpabilizados pelas nossas decisões enquanto votantes?
Já pensámos que, por não dizermos o que achamos, votando, a lógica do sistema político mantém-se, exactamente do modo que achamos estar errado?
Já pensámos que, se formos passivos, as regras de que discordamos, vão-se manter pois, só com a mudança espelhada nas urnas, os políticos recebem o sinal de mudança, que os cidadãos exigem?
Afinal onde está o erro? Nos partidos? Nos políticos? No FMI? Nas televisões?
Os partidos fazem do país um jogo de futebol, pois sabem que os cidadãos reagem bem à violência, e às tomadas de posição futebolística!
Os políticos são incompetentes e "festivaleiros", pois os cidadãos, estão mais interessados em dizer mal, do que em exigir qualidade!
O FMI é o "papão" com que nos amedrontavam, quando não queríamos comer a sopa!
As televisões vendem o que os cidadãos/espectadores mostram querer comprar, ou para que acham que servem as análises de audiências?
Veremos o que vai acontecer em 5 de Junho. Veremos se voltamos a achar que o nosso voto para nada serve. Veremos se vamos voltar a dizer aos partidos políticos: "façam o que quiserem que nós cá estaremos para dizer mal no fim".
Veremos se finalmente, não vamos ter medo de errar, pois errar é humano, e a cada eleição é possível mostrar que estamos descontentes, e mais importante do que isso, podemos fazer que alguma coisa mude!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Falar "Claro" !!


E que tal... falar claro?!

O que é claro é que, os nossos salários são inferiores aos europeus, estejam ou não a ser ajudados, pela UE ou o FMI!
O que é claro é que, o poder de compra português é inferior à média europeia, seja no sector estatal ou privado.
O que é claro é que, parte das nossas empresas, salvo honrosas excepções, funcionam em "regime de mercearia", com níveis baixos de rentabilidade e produtividade.
O que é claro é que, a culpa desta falta de produtividade, tanto se deve aos donos dessas empresas - que ainda não entenderam que se deve colocar em cada área da produção, aqueles que melhor trabalham, que têm mais qualidade, que mais sabem no momento de aplicar as decisões acertadas - como a alguns trabalhadores que, não sabem, não tentam, não procuram.
O que é claro é que, parte desses donos e desses trabalhadores, passaram por um sistema de formação/ensino que lhes "ensinou": "não é importante aprender, é importante acompanhar o sistema, manter as ideias dominantes, não fazer ondas".
Mas já estamos em 2011, leia-se dois mil e onze, não 1960, ou 70.
A Europa ( minto), o Mundo é uma União, onde só produzindo se cria riqueza, onde temos que contar com todos, onde é fundamental compensar quem melhor trabalha, quem pensa, quem moderniza, quem descola da mediocridade.
Agora pedimos ajuda, para pagar o que devemos, mas e depois?!
> Já estamos a preparar a geração do novo crescimento económico?
> Já estamos a pensar, em como vamos compensar os empresários que mais vão exportar, desenvolver, evoluir?
> Já estamos a ensinar a nova geração, consciente da necessidade da procura da qualidade, que fará a mudança, de um país velho para um país novo?
> Já estamos a ensinar o culto da qualidade, do esforço, da procura do saber, da recusa do facilitismo?
AINDA NÃO? DE QUE ESTAMOS À ESPERA?!?!?!

Dizer e Contradizer !


Dizer e contradizer... duas expressões muito interessantes, no mundo político nacional.
Alguns exemplos são verdadeiramente interessantes.
O TGV é um exagero... não temos dinheiro para o pagar... os nossos filhos e netos (!) é que o têm de pagar... foram exemplos de "dizer" nas esferas políticas, tanto na esquerda como na direita. MAS ... chega o FMI, é necessário contar na despesa, o governo deixa cair o TGV e (?) o aeroporto... BOM os mesmos (esquerda e direita) agora "contradizer": "o governo já tinha o financiamento assegurado", "agora o dinheiro já não vem para Portugal", "as empresas portuguesas era agora que necessitavam mais, para o país crescer...".
Em que ficamos?
É necessário ter uma ligação de alta velocidade à Europa ou não??
É possível manter o financiamento e realizar a obra ou não??
É necessário um novo aeroporto ou não??
É rentável, podemos pagá-lo, faz o país crescer ou não??
Quando vejo partidos como o BE e o CDS a falar do mesmo, da mesma maneira, é estranho!!
Não será o momento de começarmos a pensar mais em termos de interesse nacional e menos em metas de acentos no hemiciclo de S. Bento?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O "CIRCO" político !!


O "Circo chegou à cidade" !

No meu zapping diário pelos canais televisivos, parei por momentos, ao ver o que pensava ser um espectáculo circense, ao melhor estilo do "Festival de circo de Monte Carlo". Desde Matosinhos, a qualidade dos trajes, a cobertura televisiva, dos príncipes, princesas, e todos os dignatários presentes, que se dirigiam para a arena central, onde os melhores malabaristas, domadores de leões, palhaços e outros artistas, mostravam o seu melhor, faziam rir ou abrir a boca de espanto a cada espectador, não sem um leve arrepio quando algum leão ou leoa, aparentemente tentando ultrapassar as ordens do domador, rosnava ou tentava apanhar o chicote disciplinador. No entanto tudo voltava ao normal, enquanto que, os espectadores soltavam vivas e batiam palmas freneticamente. O grande final não se fez tardar, com o artista principal a demonstrar as suas qualidades, levando o público ao rubro, com as suas piruetas, mortais e truques de magia. No fim, todos de pé, renderam homenagem ao espectáculo e aos artistas que, todos juntos agradeceram, prometendo novos espectáculos, mais brilhantes, arriscados, luminosos, capazes de fazer esquecer qualquer contrariedade, mostrando ao público que o importante é a alegria do MAIOR ESPECTÁCULO DO MUNDO.